domingo, setembro 07, 2008

ASAS

Irremediavelmente, elevo-me em voos
Como qualquer ave, aliás
Cresceram-me asas durante a noite
Definitivamente
Renego o destino da pedra
Permanentemente presa ao chão
Ausência de sonhos de ver mais longe
Voo acima das cordilheiras
Sem pressas, planando no calor
Desafio sapos e salamandras
Rastejando vidas inquietas, limitadas
Distancio-me
Viajo para onde o mar encontra a terra
Se conseguir tocar no horizonte
Estarei perto do fim da minha viagem

GED

2 comentários:

msampayo disse...

Trocaste-me as voltas! Estava eu à espera de um comentário (politicamente correcto, claro!)às eleições em Angola e... eis um poema! E que poema! Há nele poesia. Por ex: "Se conseguir tocar no horizonte/Estarei perto do fim da minha viagem" ou "Renego o destino da pedra/Permanentemente presa ao chão". Claramente que eu e outros leitores ganharam com esta troca...!
Aquele abraço

Anabela Simoes disse...

Surpreendeste-me.
Para mim o óbvio seria comentares as eleiçoes de Angola,mas ainda bem que o não fizeste.
Concordo com o Manuel, ganhámos com o poema.
Bjs