quinta-feira, março 19, 2009

SEM MARGENS

Poema sem margens
Transbordando alucinações
Pirilampos indecisos
Boiando na noite
Silêncio das pedras ainda quentes
Vapores, flutuando madrugadas.
Lágrimas de chuva
Na pele nua
Olhos azuis brilhando desejos
Em cada estrela do céu
Ritmo frenético do louvadeus
Sismando passos firmes
Encharco-me de tardes
Malmequeres só de bem querer
Rios deslizando bagres
De cor púrpura
Virgens parindo ternuras
Pairam no ar borboletas azuis
Chão estremecido de calores
Loucos cultivando sonhos
Olhares distantes da demência
Raios de luar
Cravados no chão adiante
Crianças felizes abraçando confortos
Sem margens.

GED

3 comentários:

Manuel do Edmundo-Filho disse...

Não é só o Ondjaki que faz poesia...! Gostei muito.Gostei de "me encharcar de tardes".
Um grande abraço
Manel

P.S
Vai ao teu post Opiniões, tens lá a minha resposta.

Anabela Simoes disse...

O imaginário não tem limites.
Começa este poema com duas belíssimas frases :
"Poema sem margens
Transbordando alucinações"
Continuando a sua leitura , com toda a profundidade, conseguimos " ver" o que o autor nos quer transmitir.
Parabéns por mais este poema Henrique
Bjs

GED disse...

Obrigado minha amiga.
Bjs
Henrique