sábado, novembro 26, 2011

DE ONDE EU VENHO

De onde eu venho
Não há talvez nem indecisões
Nenhum rio é de sim e não
E todos, todos nascem no mar
Terra é terra, fogo é fogo
E nenhuma água jamais o dissipará
De onde eu venho
Libelinhas azuis vagueiam no crepúsculo
E pirilampos acendem as noites
Enquanto girassóis se ausentam de danças
Em redor de cada fogueira ateada
Cada homem empenha sua palavra firme
Fundida no fogo dos seus ancestrais
De onde eu venho
Há memórias de bemquerer
Salpicando as espumas do grande mar
As mulheres podem vestir cetins negros
Porque nenhuma dança será recusada
E nenhum amor, nunca vacilará
De onde eu venho
Serpenteiam brilhantes as veias da terra
Num rumor liquido e sagrado
Amparando amores prometidos e cumpridos
Enquanto majestoso bagres deslizam serenos
Nos rios de todas as memórias
De onde eu venho
Cada homem é a sua palavra.

GED

2 comentários:

Luna disse...

Essa vida é um lindo poema.....

GED disse...

E um lindo país...