quinta-feira, novembro 30, 2006

O MEU AMIGO JOAQUIM

O MEU AMIGO JOAQUIM

Decisões não são para se tomar com o coração, mas com a cabeça. É lá que se fabricam os sonhos.

O verão terminou, pelo menos para mim. Não oficialmente, nada de datas no calendário. Foi uma decisão interior, assumida, responsável.

Hoje, levantei-me bem disposto, lavei-me, tomei o pequeno almoço, e saí. Quando assomei à porta da rua, o dia estava cinzento, triste, mais frio que no dia anterior. E chovia, uma chuva miudinha, de mentira, daquelas que aqui, ficam por longo tempo.
Não fiz de propósito, mas naqueles segundos em que tinha de tomar a decisão de voltar a casa, para vestir roupa mais quente, e apanhar o guarda chuva, a minha mente encheu-se de imagens antigas de luz e cor e de chuva bravia, e senti a saudade imensa de um calor antigo, bem conhecido, na minha pele.
Nesse momento nasceu a ideia de escrever esta história. É de ficção, juro, mas garanto que é mais real do que muitas coisas que aconteceram já.
Aos quinze anos o Joaquim era um rapaz igual com os outros. Ou pelo menos assim pensava eu.
Nada o distinguia, nenhum traço peculiar, exterior ou na alma.
Como todos nós, ouvia os Beach Boys, tinha a camisa de Macau bem arregaçada nas mangas e o colarinho levantado, ia derramar todo o seu charme à saída da missa e esperava ansioso a chegada das férias, pensando nas mais loucas aventuras. Principalmente, tinha rebaixado o guiador da mota, e espetava os sapatos em direcção ao chão. Eram os anos sessenta, e nós eramos seus habitantes de pleno direito.
Nada, mas mesmo nada fazia prever que o Joaquim se iria diferenciar de todos nós.
Mas um dia, após um jogo de futebol, daqueles que já não existem, e já depois de termos discutido ao pormenor todas as reviengas e ocasionais bassulas, naquela altura em que o sol está apenas morno, diz-me com o ar mais displicente do mundo:

- Esta vida não me serve! Deve haver, há de certeza coisa melhor do que isto. Há janelas no céu, que desconhecemos por completo, que nem sequer sabemos onde estão e como se abrem. Preciso de encontrar as chaves e correr esse mundo de que só oiço falar. Se não saio daqui, vou-me cafrializar, como tantos que conhecemos!
Confesso, que me apanhou desprevenido. Fiquei sem fala a olhar para ele. Fiz um gesto vago, para preencher o vazio que se tinha feito em nosso redor, despedi-me e rumei para casa; além do mais, não sabia bem o que queria dizer “cafrializar” nem conhecia ninguém que se tivesse tornado assim, soube-o depois, uma espécie de zombie da cultura. Nessa noite dormi mal, aquelas palavras teimavam em ecosoar dentro da minha cabeça.
Acordei acabrunhado, e a pensar que eventualmente o Joaquim tinha razão. Jogar futebol, ir às saídas da missa tentar um engate, ir noite após noite ver passar o combóio mala, fumar umas biatas às escondidas, parecia-me agora pouco, apesar de achar que a nossa vida não era só isso. Vivíamos numa terra maravilhosa, tranquilamente, sem stress, livres de drogas, podia telefonar para o rádio –clube e pedir que pusessem o “Ma Vie”, com destinatário. Além do mais lia muito, da enorme biblioteca que os meus pais tinham, muitas vezes até livros que eles não me recomendariam. Mas antes de tudo, decidi saber o que era ao certo cafrializar.
Dicionarizei-me e lá rezava assim: “tornar-se num cafre”.
Tenho dúvidas ainda hoje que isso fosse mau, mas apesar de tudo... Cafrializar-me? Nunca tal me passou pela cabeça. É verdade que nunca tinha visto a Pietá do Miguel Angelo, nem a grande muralha da China, mas sempre achei que sabíamos o que se passava no mundo, e que o acesso à “cultura ocidental” era relativamente fácil.
Mas muito para além da minha vontade, a dúvida instalou-se, amargurou-me durante algum tempo; havia de facto um mundo lá fora à nossa espera e se calhar nós estávamos a passar ao lado.
Depois, a adolescência sobrepôs-se, o tempo apaziguou o resto e tudo passou para um local adormecido do meu cérebro. O Joaquim talvez por pudor, e por ter visto a minha estupefacção, não me voltou a tocar no assunto.
Chegado o tempo certo, cada um rumou à sua vida, e passaram quase trinta anos antes que o visse de novo.
Espantoso! Não o reconheci. O adolescente meu amigo estava velho, cheio de rugas, alguns cabelos brancos, uma discreta calvície a instalar-se e tendencialmente obeso. Mas aquilo, que verdadeiramente me perturbou, foi verificar que o meu velho amigo Joaquim não tinha um ar completamente feliz.
No meio da amena cavaqueira, recordando episódios da outra margem do fosso do tempo, fez-me uma pergunta e sem o saber voltou a acordar em mim um fantasma de trinta anos, como se de facto o tempo tivesse congelado até ao presente:
- Henrique, provavelmente não te vais recordar, mas há uma eternidade atrás, tivemos uma conversa. Desde aí, tirei o meu curso, casei, tenho dois filhos, não tenho problemas de dinheiro, viajo frequentemente, conheço meio mundo, estou actualizado em todas as áreas que me dão prazer, mas a verdade é que ainda não consegui estar completamente bem comigo mesmo. Consegues ao menos tu, agora, explicar-me o que se passa?
Pela segunda vez, fiquei paralisado de espanto. Fiz o mesmo gesto vago de há trinta anos, balbuciei meia dúzia de frases feitas e mudei de conversa. E naquele recanto escondido do meu cérebro, reapareceu aquela cena que tanto me havia perturbado.

Agora, algum tempo depois, mais tranquilo, sem o ter à minha frente, e com a certeza das coisas que só os anos nos podem dar, posso explicar ao Joaquim o que lhe (nos) aconteceu, na certeza de que ele me vai compreender.
Ele que me perdoe, mas há respostas que não podem ser dadas directamente. O afecto entre ambos impede que assim seja.

Em 1978, abandonei toda a minha vida aqui e sem nenhuma garantia regressei a Angola, ao Lobito. Era na altura o único médico português da Província de Benguela e tinha à minha responsabilidade o Hospital do C.F.B. e toda a imensa população que me procurava. Ao fim de dois anos tinham passado por nós 45.000 pessoas e eu tinha emagrecido oito quilos.
Deparei-me com toda a série de dificuldades.
Morriam-me miúdos todos os dias, apesar de pensar que fiz a diferença, pois salvei muitos. Obriguei o meu pai, a fazer preparados heróicos do tempo dele, pois os medicamentos convencionais há muito tinham desaparecido. Mediquei os meus pacientes com coisas que nunca quis saber o que eram.
Dei consultas debaixo de palmeiras, com bichas imensas de doentes que me aguardavam, em diversas localidades ao longo da linha, onde me deslocava periodicamente, na esperança de poder de alguma maneira ser útil, e minorar o sofrimento daquele povo.
Fui ao Cubal, ao nosso Cubal, e só vi miséria e casas destruídas e gente a explodir de fome. De tal modo foi doloroso, que só a muito custo, consegui reconhecer a minha terra. Onde antes havia sisal, apenas uma imensa planície vermelha sem mais nada a não ser o pó, levantado por aqueles que aparentemente vagueavam sem destino..
Vi coisas que um ser humano, jamais deveria ver.
Raptei miúdos dos centros de acolhimento, às dezenas (ninguém se preocupava com eles), durante a noite, e levei-os para o Hospital para que não morressem de fome. Depois quando aqueles já tinham condições de sobreviver, ia buscar outros. Nunca ninguém chegou a aperceber-se desta situação, tal era o desinteresse que demonstravam por aqueles miúdos. Nunca perceberam que estavam a hipotecar o futuro.
Enfrentei as autoridades, com algum risco pessoal para lhes sacar algumas toneladas de leite que de outro modo iam engordar a burguesia dominante.
Chorei muitas vezes, quando morriam miúdos no meu colo, de doenças de que já ninguém morre, e morreram mais do que aqueles que eu alguma vez conseguirei aguentar. Bati a morte muitas vezes, apesar de reconhecer que ela me venceu em muitas mais batalhas.
Fui politicamente posto de lado pela única razão de ser branco.
Ficaram a dever-me, praticamente todos os ordenados a que tinha direito.
E, ao fim de dois anos, perto do esgotamento, e também porque achei que não tinha o direito de sacrificar os meus filhos, cedi e vim-me embora.
Aqui, reconstruí a minha carreira e a minha vida. Perdoem-me a imodéstia, mas dizem que sou bom naquilo que faço.

Meu querido Joaquim, chegou agora a altura de te dizer, o que é que eu acho mais importante.
Quando faço o balanço da minha vida, afirmo sem hesitar, que apesar de todas as dificuldades, apesar da grande amargura e de todos os sonhos terríveis que continuo a ter, aqueles foram os dois anos mais felizes que tive. Nunca mais voltei a sentir aquilo que na altura senti.
Apesar de tudo, estava na minha terra (embora sempre tenham tentado fazer-me crer que não era assim), sentia diariamente a carícia na pele, do calor do fim do dia, não precisava de imaginar os sons e os aromas, eles estavam entranhados naturalmente, e também naturalmente continuei a ir ver o combóio mala, o tal que faz parte do imaginário de todos nós, pelas mais diversas razões, que todos têm explicado.
Por mim, já o disse, transportava mercadorias, passageiros, cavalgava por terras míticas da minha pátria, lugares que posteriormente conheci, e que nem por isso deixaram de ser fantásticos, mas fundamentalmente transportava os nossos sonhos.
E os meus, confesso agora, nunca passaram por vir viver para um continente que me limita, onde não me compreendem e me acham um animal esquisito, só porque gosto de cores fortes, puras, de música pouco convencional para um médico, e onde não apreciam de todo a alegria com que falo da minha terra.
Meu querido amigo, apesar de já ter visto a Pietá, de ter estado longo tempo frente a frente com a Gioconda, apesar de já ter tocado com as minhas mãos na Vénus de Milo e de ter visto o esqueleto da Lucy on Sky, ou mais prosaicamente, como diz um amigo comum, de ter estado no cimo do Empire State Building, com Nova Iorque a meus pés, apesar de ter sido envolvido pela solidão única do Sara, hoje voltaria sem hesitar, largaria tudo o que tenho, pelo único motivo de querer ser completamente feliz.
Não passa um único dia, em que não sonhe com o que poderia ter sido a minha vida, e em que a saudade não me assole a alma. É que além do mais, dentro de mim, no meu peito, do lado esquerdo, pulsa sem qualquer margem para dúvidas, um coração angolano.
Cafrializar-me eu?
Nunca.

Henrique Faria
Outubro de 2000. (a ouvir música africana).


terça-feira, novembro 28, 2006

CIRCULANDO

O pessoal que conduz, não sabe circular em rotundas. Nem os polícias sabem como se circula. Nem as escolas de condução ao que parece.
Há a mania de circular nas faixas exteriores e saír quando e onde querem. Perguntem aos vossos amigos como é que se circula em rotundas e verão se tenho ou não razão.
Pois bem, não é nada disso. A comprovar o que digo deixo a nota explicativa da DGV e o link.
Boa sorte!
Circular explicativa
Uma rotunda não é mais do que uma praça composta por um cruzamento ou entroncamento, onde o trânsito se processa em sentido giratório, contrário ao dos ponteiros do relógio. Quase todos os condutores têm presente que, ao aproximarem-se de uma rotunda, deverão reduzir a velocidade e dar prioridade a todos os veículos com motor que por lá circulem. O que muitos desconhecem, porém, é qual a faixa em que devem seguir quando circulam na dita rotunda.Ora, a “circular explicativa” divulgada pela DGV procura justamente dar algumas indicações aos automobilistas sobre a forma ideal de “escapar” ileso a uma praça desta natureza. Como refere a nota, “há que obrigar os condutores a circular sempre nas faixas interiores, sendo apenas permitida a passagem para a zona exterior no troço imediatamente antes da saída desejada”. Ou seja, o que deverá evitar a todo o custo é rodar na faixa exterior. Segundo fonte próxima da DGV, o grande objectivo é conseguir “evitar que as pessoas percorram toda a rotunda na faixa de fora, bloqueando a saída a outros veículos e gerando acidentes”, afirma.
Se não acreditam vão ver o link: http://automotor.xl.pt/aut/0903/a01-00-00.shtml

segunda-feira, novembro 27, 2006

sexta-feira, novembro 24, 2006

AQUECIMENTO GLOBAL


Acabei de ler o livro "uma verdade inconveniente".

Para quem se interessa há largos anos por este problema, o livro pareceu-me superficial na forma como aborda a questão. Talvez seja propositado, para chegar a mais gente.
Já o mesmo não posso dizer do relatório STERN. Pela sua seriedade vale a pena lê-lo exaustivamente, mas dele conclui-se o seguinte: " dentro de 40/50 anos sentiremos o impacto do que já fizemos contra o planeta. São efeitos que aparecerão na forma de desastres naturais, como secas, enchentes e furacões progressivamente mais intensos. Façamos o que fizermos agora, esses efeitos serão sentidos, são já irreversíveis. Tudo o que fizermos nas próximas décadas só terá impacto no fim deste século" (in Sábado").

De qualquer modo, o problema põe-se e, não para amanhã, mas para ontem. Qualquer que seja a filosofia política que se adopte, o resultado é sempre o mesmo: o problema existe e tem que ser resolvido já. Muita coisa se está a fazer, mas muito terá ainda que ser feito...principalmente por aqueles que mais deviam preocupar-se, ou seja os governos e à cabeça o mais poluidor. Os EUA claro.

No entanto do livro de Al gore ressaltam duas ideias chaves que acho excelentes.

Enquanto cidadãos, podemos individualmente adoptar estilos de vida que sejam compatíveis com menos emissão de gases com efeito de estufa, principalmente CO2. Também enquanto cidadãos deveríamos criar movimentos, que obrigassem as cidades onde vivemos, a adoptar regras que compatibilizassem a vida urbana, com níveis muito menores de CO2. Ao contrário do que os menos informados possam pensar, medidas muito simples, têm um efeito directo e importante na diminuição drástica da emissão destes gases.

Algumas ideias simples:
- usar nas habitações as chamadas lampadas de alto rendimento. São mais caras, mas duram bastante mais( cerca de 10.000 horas), e poupam energia o que verão nas facturas.
- vidros duplos e boa calafetagem. Por experiência própria reduzi em 2/3 os custos de aquecimento!
- Reduzir o consumo de água nos autoclismos. Se forem exteriores, ponham lá dentro uma garrafa de um litro de água cheia. Se forem interiores, têm um sistema de regulação que podem accionar. Pensem bem e, vejam o que podem poupar. Se uma casa usar um autoclismo em média 20 vezes por dia, poupa 20 litros. Ao fim do mês são 600 litros e, ao fim do ano 7200 litros. Se cada prédio tiver em média 30 apartamentos, poupa ao ano 216.000 litros. Façam as contas por diversão, ao que se poupa, numa cidade de 100.000 habitantes.
- usem energias alternativas sempre que possível. Não usem de todo lareira. A queima de combustíveis fosséis está na primeira linha de produção de CO2, principal gás a produzir o efeito de estufa.
- Tomem duche e não banho de imersão. Um bom duche gasta em média sete vezes menos água.
- Não deixem a água a correr, quando fazem a higiene matinal. Usem mas não abusem. Os nossos filhos esperam que lhes deixemos um planeta capaz!!!
Finalmente combatam a ideia mais errada de todas, baseada no pensamento de que sózinhos nada podemos fazer. CADA UM DE NÓS INDIVIDUALMENTE PODE FAZER A DIFERENÇA E, OS NOSSOS FILHOS APRENDERÃO CONNOSCO A FAZER ESSA DIFERENÇA!
Vejam agora algumas conclusões do relatório Stern, que pode ser consultado na NET.
Summary of Conclusions
There is still time to avoid the worst impacts of climate change, if we take strong action now. The scientific evidence is now overwhelming: climate change is a serious global threat, and it demands an urgent global response. This Review has assessed a wide range of evidence on the impacts of climate change and on the economic costs, and has used a number of different techniques to assess costs and risks. From all of these perspectives, the evidence gathered by the Review leads to a simple conclusion: the benefits of strong and early action far outweigh the economic costs of not acting.
Key elements of future international frameworks should include:
Emissions trading: Expanding and linking the growing number of emissions trading schemes around the world is a powerful way to promote cost-effective reductions in emissions and to bring forward action in developing countries: strong targets in rich countries could drive flows amounting to tens of billions of dollars each year to support the transition to low-carbon development paths.
Technology cooperation: Informal co-ordination as well as formal agreements can boost the effectiveness of investments in innovation around the world. Globally, support for energy R&D should at least double, and support for the deployment of new low-carbon technologies should increase up to five-fold. International cooperation on product standards is a powerful way to boost energy efficiency.
Action to reduce deforestation: The loss of natural forests around the world contributes more to global emissions each year than the transport sector. Curbing deforestation is a highly cost-effective way to reduce emissions; largescale international pilot programmes to explore the best ways to do this could get underway very quickly.
Adaptation: The poorest countries are most vulnerable to climate change. It is essential that climate change be fully integrated into development policy, and that rich countries honour their pledges to increase support through overseas development assistance. International funding should also support improved regional information on climate change impacts, and research into new crop varieties that will be more resilient to drought and flood.

Regressarei a este tema, com outras sugestões concretas, brevemente.

Aconselho vivamente estes "links":

www.climatecrisis.net
www.simplyinsulate.com
www.newdream.org
www..environmentaldefense.org
www.grrn.org/beverage/refillables/index.html

domingo, novembro 19, 2006

DRAMA

Dados recentes dizem-me que morrem anualmente em todo o globo 11 milhões de crianças!
Destas, sete milhões não atingem sequer o primeiro ano de vida.
Morrem de fome e, de doenças de que já não se devia morrer.
Bem sei, que são africanos, árabes, latino-americanos etc... e não são americanos nem europeus, mas mesmo assim!
Que raio de desperdício, para toda a humanidade.
Morre uma criança em cada três segundos.
Já vai sendo tempo de todos os povos se levantarem e fazerem justiça por suas próprias mãos!

quinta-feira, novembro 16, 2006

LITERATURA

Comprei sofregamente o "Livro dos rios" do Luandino.
Li-o de um assentada e, por isso tenho de voltar a lê-lo, desta vez com calma.
No fim dei comigo a pensar - porra, este gajo, devia ter ficado preso no Tarrafal para sempre. Foi aí que ele escreveu tantas obras primas da literatura de expressão portuguesa. "Lourentinho, D. Antónia de Sousa Neto e eu", ficará para sempre como uma dádiva sem preço.
E depois, bem depois, deixou-nos este tempo todo aguardando ansiosamente. Tanto tempo perdido...
O livro é deslumbrante.
Aguardo nervosamente a saída dos outros dois que completam esta trilogia...

FOTOGRAFIAS 1


BAÍA DO LOBITO ( VISTA DO LSC )

PRAIA MORENA - SOMBREIRO AO FUNDO


quarta-feira, novembro 15, 2006

FINALMENTE...

Finalmente, começo a ouvir falar, aqui e ali, de algo que já venho dizendo faz tempo. Os meus amigos mais radicais de esquerda, discordam com bonomia. Lá está ele de novo, com desvarios de direita. Mas não é verdade.
Falo eu, do fim desta era sindical. Para mim, neste momento, já não fazem parte da solução e são uma parte importante do problema. Eu explico.
Em qualquer democracia que se preze, as instituições vão cadenciadamente mudando os responsáveis. É salutar, traz sangue novo e afasta a ideia de poder eterno. O que é que nós vemos na rede sindical? Pessoas, que fizeram carreira, que mantêm os mesmos discursos anos a fio, incapazes de um voo audacioso, quanto mais de ideias novas. Têm ajudado a enterrar as estruturas que deveriam manter. E, não é preciso procurar muito. Basta ver para onde estão a encaminhar os professores mais incautos. Falo óbviamente, por exemplo, das aulas de substituição ou ainda da reformulação dos professores com horário zero, ou ainda desta pseudo greve dos alunos.
O movimento sindical há-de renovar-se, na reforma de tais responsáveis. Só não entendo, porque é que sempre acontece o mesmo. Numa carreira qualquer que ela seja há um momento certo de saír...pela porta grande, a da frente, claro.
Mas neste país criou-se o hábito de sair pelos fundos, de mansinho para passar despercebido.
Triste...triste este país.
Ou paísa, vá-se lá saber...