sexta-feira, julho 23, 2010

PORTUGAL NO SEU MELHOR

Há muito tempo que não me sentia tão fascinado.
É bom viver em Portugal. É muito bom viver em Portugal.

O bispo auxiliar de Lisboa, disse numa entrevista que era hora dos católicos deixarem as palavras e passarem à acção. Dada a dimensão da crise, os políticos deveriam doar 20% do ordenado para um fundo social, óbviamente orientado pela igreja.
Ri-me com muito prazer.
A igreja nunca gastou um centimo da sua imensa riqueza para fundos sociais.
Por outro lado, aguardo com ansiedade pelos políticos que vão (?) doar parte do seu ordenado.
Hilariante, no mínimo.
Do meu ponto de vista, devia ir tudo preso, por atentado ao próprio povo português, que não tem de aturar estas maluquices.
Aguardo os próximos capítulos, com ansiedade, mas ainda há quem se admire, que de vez em quando alguém desesperado perca a cabeça.

GED

domingo, julho 18, 2010

terça-feira, julho 13, 2010

TRIBUTO




Tributo ao grupo de homens e mulheres de grande coragem, que enfrentaram de peito aberto os Adamastores!

Um punhado de valorosos navegadores
Da muito brava raça lusitana
Atreveram-se a enfrentar Adamastores
Tarefa que alguns consideraram insana

Partiram temerosos de não regressar
Antecipando rápidos e quedas mortais
Deram tudo o que tinham para dar
E ainda tiveram que dar muito mais

Foram tempestades e chuvas torrenciais
As naus galgando ondas enormes
tripulantes gritando credos e ais
Na visão de mostrengos disformes

Finalmente, vieram tempos de bonança
O porto seguro surgiu na margem
Na tripulação renasceu a esperança
De sobreviver a esta terrível viagem

Do comandante vieram ordens de atracar
Secar as roupas e esquecer agruras
Á espera de todos um grande manjar
E a ansiedade de novas aventuras

Henrique

segunda-feira, julho 12, 2010

Descer o Mondego, Eu?

Descer o Mondego sim
Foi na verdade uma alegria
Não falo só por mim,
Também pela companhia,
Essa sim, maravilhosa.
De amigos, alguns recentes,
Mas que coisa bem gostosa,
Como os dos tempos distantes.

Afinal que vamos fazer?
Atreveu-se alguém perguntar
Não sei, mas…está bem de ver,
Alguns vão é nadar…

Excelente organização?
Mais que isso, ou antes, impar!
Algo de inexcedível.
Que deliciosa confusão…
Julguei o Henrique pensar…
Será que é mesmo hoje, ou não?
Ele incapaz de falhar
Ou meter na contra-mão…
Ainda penso no alerta
Que ele me enviou
Mas, às tantas, pela certa,
O “Enter” não carregou.
Melhor que isto, é impossível!

E que dia bem passado
Da cabeça aos pés molhado
Com o corpo bem dorido
E de vermelho pintado
Chegou também ao pescoço
O lindo tom encarnado
Estou aqui que nem posso
Feliz e acalmado
Atreve-te e marcar outra
A ver se me faço rogado!


FMartaNeves
12/07/2010

DESCER O MONDEGO

DESCER O MONDEGO


Grupo fantástico e exigente,
Cenário de arrepiar a razão,
A balsa maleável e resistente,
E em perfeita contra-mão
Uma organização que foi excelente.

Corpos maduros com espírito
De crianças dizendo que sim
À esplêndida natureza num grito
Enraizado no passado afim.

Pagaias nas mãos e toca a descer,
Em grupo, coisa boa e tão rara
Na modernidade (que faz crescer
O espaço sem tempo) qual cítara
Sem cordas mas com som de enternecer.

Mergulhos e risadas francas
Sob um manto verde de promessas
Verosímeis, as velhas ancas
Rodopiando com as possíveis pressas
E revelando a altivez das palancas.

Deixemo-nos de lamentos acabados,
A amizade abraça os defeitos,
Espaço/Tempo bem conquistados
E digam lá se não há causas com efeitos.

sexta-feira, julho 09, 2010

Em busca do tempo perdido

" Se quando eu lia um livro, meus pais me permitissem visitar as regiões nele descritas, julgaria ter dado um passo inestimável na conquista da verdade. Pois, se temos sempre a sensação de estar cercados pela própria alma, não quer dizer que ela nos cinja como os muros de uma prisão imóvel; antes somos como que arrastados com ela em pérpetuo impulso para ultrapassá-la, para atingir o exterior, com uma espécie de desânimo, ouvindo sempre, em torno de nós, essa idêntica sonoridade, que não é o eco de fora, mas o ressoar de uma vibração interna."

No Caminho de Swan. Marcel Proust.

quinta-feira, julho 08, 2010

segunda-feira, julho 05, 2010

DAPANDULA

Com um ruído de fechar asas
Pousou sereno no beiral da casa
Absolutamente negro
Temperado em forjas de luz
Olhos de fogo fixos em mim
Planou sobre o meu rio
Observou atento, gestos e decisões
Voou para o meu braço
Cravando mansamente as garras
Num tempo de encantamento
Redondo, cristalino, ficamos imóveis
Uma gota de sangue explodiu no chão
Duas asas negras
Elevaram voos, acima do horizonte
Nos rumos de outro beiral.

GED