sábado, abril 28, 2012

quinta-feira, abril 26, 2012

ESCONDERIJOS

Escrever, para além do mais é uma forma de fuga.
Escrever, torcer as palavras, desfigurar ideias, criar outras novas, blá, blá, blá.
Na verdade escrever é um esconderijo, de nós próprios e dos outros.
Escrevemos para nos desculparmos das faltas latentes, da descoragem de não ser, dos caminhos que não trilhamos, de tudo o que não fizemos, das miragens que deixamos escorrer entre os dedos.
Irrecuperáveis.
E escrevemos para esconjurar os espíritos.
E o esconderijo é perfeito, porque ainda por cima há gente vivendo a dizer que temos talento.
Ora bolas.

quarta-feira, abril 18, 2012

ESBOÇOS

ESBOÇOS

SILÊNCIOS III

Os silêncios cercam-nos como matilhas. Basta saber ouvi-los.
E é nos silêncios, que encontramos tantas vezes o caminho de regresso. Num concerto, num estádio, num simples passeio no parque, em plena guerra, de repente o silêncio instala-se e funciona como um farol de mil navios. Depois, bem depois, basta pegar na alma, alisá-la e regressar.

ESBOÇOS



sábado, abril 14, 2012

SILÊNCIOS II

Do outro lado das palavras existem silêncios ainda sem nome.
No avesso do avesso, apenas o ruído de asas soltando risos, nos rumos do sul.

Atravessando nuvens apenas liquidas, sem qualquer encanto.

E no entanto as palavras ganham contornos inesperados.

Em cada movimento, em cada respiração o coração acelera e a alma dispara.




Puff Daddy/Faith Evans/112 - I'll Be Missing You

sexta-feira, abril 13, 2012

SILÊNCIOS I

Cada vez mais aprecio silêncios. De todos os tons.

Em cada um há um ruído peculiar, que merece ser longamente escutado.

Ouvir o ruído do bater do coração no meio da noite, na altura em que a pele se desdobra e o corpo parece ocupar o azul infinito.

Mas o silêncio maior, que me envolve como uma manta velha que guardo e não quero jogar fora, acontece em intervenções de grande risco.

Aí, tudo deixa de existir, e apenas um enorme silêncio transbordante, me isola do mundo exterior. Não há espaço para amores e desamores, ódios e querelas, as cores desaparecem e tudo tudo fica desfocado.

Apenas eu existo.

E por mais que isso seja o meu dia a dia, no fim fica sempre uma tristeza enorme por ter de abandonar o meu casulo e regressar à vida real.






MOLESKINE

A minha filha ofereceu-me uma agenda Moleskine.
Todo o artista tem de ter uma, disse ela. Fiquei boquiaberto.
Embora ela pense que sim, que eu sou um artista, eu não faço o género de pobre menino rico, que não consegue ser feliz se não for artista ou intelectual, ou se viajar muito.
Contento-me em perseguir o que a vida tem de melhor, e isso só em viagens interiores nem sempre bem sucedidas.
Mas, como este post é para ela, quero dizer-lhe que fiquei muito feliz com a oferta e dar-lhe um conselho.
Artista é aquele que consegue navegar na vida, aproveitando os ventos de feição e ainda que o barco corra o risco de naufragar, vale a pena continuar a navegar. É certo que se perdem companheiros e companheiras de viagem no caminho, mas esse é o preço que todos temos de pagar.
E desistir, não é palavra que possa constar no dicionário interior.
Beijo

quarta-feira, abril 11, 2012

SILÊNCIOS

Agonizam em silêncios desbocados de fim de tarde.
Inventam peles de deitar fora.
Disfarçam vidas, como se fosse possível pendurá-las num qualquer varal, debaixo do glorioso sol de cada manhã.
Desabotoam a alma lentamente, um botão de cada vez, e afinal a grande escuridão adiante permanece imóvel.
Um segredo. Basta apenas viver.

GED

domingo, abril 08, 2012

SUN TZU

Nunca inicies uma guerra, sobretudo se não a podes ganhar. Além do mais, a paz é um bem perecível e valioso.

Mas, se o teu inimigo te obrigar a isso, convoca os teus melhores exércitos, chama os teus melhores generais e, toma decisões sensatas.

Sobretudo ataca-o onde ele não espera.

As tuas probabilidades de êxito aumentam substancialmente.


GED