terça-feira, fevereiro 24, 2009

SAUDADE

Saudade

Saudade tamanha que sinto

Saudade donde não estou

Já com saudade não minto

Com saudade eu me vou

Com saudade quem não vem

Saudade também se tem

Também saudade de alguém

Saudade do que não vem

E saudade quem não tem

Saudade daqueles que vão

Saudade dos outros que não

Com a saudade cravada

Bem funda no coração


FMartaNeves

24 Fev 2009

sábado, fevereiro 21, 2009

SAUDADE

Saudade!
Só a palavra é estranha. Bem portuguesa dizem todos. Homesickness é a melhor aproximação que conheço.
Tão estranha e perigosa, que amigos meus, como a Anabela, tendem a rejeitá-la, sem o conseguirem como se viu.
Saudades de casa, do meu país. Não me tira o sono, mas permanece latejando sem que muitas vezes dê por isso.
É doentio?
Claro que não. Doentio é deixar-se envolver por saudades que não têm a ver com saudade.
O que sinto falta mesmo, é do calor, da espuma traçando alinhavos na areia, da água quente do grande mar, do espaço sem fim, dos silêncios absolutos, do céu cravejado de luzes. E esta saudade alimenta-me.
As outras "saudades", não estão na minha maneira de ser.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

SAUDADE

Olá amigo

Existem amigos que estão perto, outros longe, outros no pensamento e outros no coração.
Aceitei este convite muito honrada, feito por um amigo de longa data e que para mim tem quase todas estas componentes, excepto a de estar longe.
O meu grande problema é o engenho e a arte...
Pensei um pouco e resolvi escrever sobre "Saudade", sem nostalgias mas sim com alegrias e boas recordações.
Costumo dizer que não sou saudosista e que gosto de viver o presente o melhor possível , sonhando por vezes com o futuro e recordando o passado sem tristezas.
Passaram tantos anos em que nos afastámos a memória começa a trair-nos.
Já vos tinha encontrado (através de um amigo comum cubalense) e tinha-vos perdido.
Reencontrei-vos neste mundo virtual e com toda a felicidade vou-vos seguindo (ainda com muita timidez), não muito própria da minha maneira de ser africana.
Pergunto-me o que me levou a procurar tudo o que está relacionado com o Cubal e convosco, e que todos os dias me leva a saber notícias vossas.
E descobri: é SAUDADE, palavra que normalmente rejeito.
Obrigada Henrique por tudo o que nos tens dado.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

O TEMPO QUE SONHO E SINTO /DO CACIMBO DISTANTE

Finais de Junho

Dia lindo, de sol.

Claridade sem igual

...Lindo dia...

Há muito não via

Fresco, sem frio.

Ventinho de ar seco

Respiro fundo,

Neste lado do mundo

...Longe do Cubal...

Ai que saudade...

E, de repente

Um arrepio

Mas não de frio

Sinto-me ausente

Algo distante...

Entrando no Estio...

Um calafrio!

De tanta ausência?

Tanta distância...

...É a saudade...

Há qualquer coisa no ar...

Que me faz lembrar...

Vou aproveitar.

Aproveitar o momento,

Fechar os olhos

Sentir o vento

Sonhar...

...E voar...

E viver!

Viver e esquecer

Viver com este ar

Viver a sonhar

Neste local

Do meu Portugal

...tão distante...

Adiante!

Mas esquecer...

Acreditem, não minto,

Isto que eu sinto...

Sinto a ausência

Sinto a distância

Sinto um vazio...

Sinto-me flutuar...

Se pudesse voar...

...Naquele céu planar...

É tanta a saudade...

É mesmo verdade

Que sinto este tempo

Este tempo de Estio

Nem quente nem frio

Que sinto este tempo

O Tempo do Cacimbo...

Com um nó na garganta

O tempo que sinto...

Sinto, mas afinal...

...Não no Cubal...

Sinto-me perdido

Algo ferido...

Aquela terra distante

Sempre presente

A África ausente

Na África Austral

Que vontade tanta

De estar...

De voar...

De sonhar...

De respirar...

...No Cubal.

Valongo/Porto, 12-Fev-2009 (Um daqueles dias “parecendo verão...quase”, depois de uns intermináveis dias de chuva…, da tal, de faz de conta. Inverno cá, Estio lá. Lá com chuva, muita e forte chuva, daquela, da outra e muito sol... Cá, ouvindo os Guns N Roses- Live and let die - de Paul McCartney- uma daquelas músicas…).

FMartaNeves

NOTA: como se pode ver, pelos dois "posts", de dois amigos, o blog só pode mesmo, ficar mais rico.
Um abraço
GED

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

PLANETA REDONDO

A vida dá voltas e mais voltas sobre si própria. Como o nosso planeta. E, a cada esquina temos alguma coisa que sempre nos surpreende.
Hoje vim a saber por portas e janelas escondidas, que alguém no Lobito, se dá ao trabalho de ler o meu blog. Chama-se Arnaldo, não o conheço, mas vou conhecer de certeza. Anda nos mesmos circulos que eu e os amigos são comuns. É mais um para acrescentar a essa pequena lista.
Como é que soube?
Isso é outra história para contar num futuro próximo de viva voz.
Pena é que não deixe comentários.
Um abraço

Henrique

domingo, fevereiro 01, 2009

GLORIOSO

E se Mantorras, não tivesse tido as lesões que teve?
Ontem, no jogo foi perceptível o entusiasmo do público quando Mantorras entrou. Esta empatia, tem a ver com tudo o que não é habitual. A entrega total e a humildade com que o nosso angolano sempre se apresenta, ao contrário de tantas outras "estrelas" que conhecemos.
O posicionamento na área, a rotação perfeita tirando do caminho o defesa e depois o remate certeiro, limpo, para as malhas.
Mantorras e o seu percurso, fazem-me lembrar uma frase dita, creio que por Sofia de Melo Breyner: Nunca choraremos bastante ao ver o gesto criador ser impedido!
Ontem também vi a notícia de Eusébio prestando homenagem a Lev Yachine, visivelmente comovido.
Todos os amantes do futebol se lembrarão do famoso golo que Eusébio marcou. Todos nos lembramos também, do abraço fraterno e do pedido de desculpas que se seguiu. Mais do que o melhor guarda-redes do mundo, para Eusébio tratava-se de um idolo merecedor de todo o respeito.
Cada vez o futebol tem menos disto. Desta grandeza que faz com que eu e muitos milhões continuemos a achar que é o melhor desporto do mundo.

GED