quinta-feira, novembro 08, 2007

COLONIALISMO?... NEM POR ISSO!

Em resposta ao primeiro post sobre este tema, telefonou-me um amigo, dizendo que eu era incorrigível. Ia buscar documentos de 1929 para cimentar a minha tese!
Chamou-me incorrigível, porque de facto é um dos maiores amigos que tenho. Outro qualquer ter-me-ia chamado filho da mãe ou coisa pior.
Mas vejamos.
Um documento de 1929, fica apenas a a 31 anos de distância de 1960. E reza a história que a ocupação durou quatrocentos anos!
No entanto podemos ir por outro lado.
Nos idos de 60, tinha eu 12 anos, muito perto de ser um "teenager" inconsciente, lembro-me com total clareza de algumas coisas que convido quem quer que seja a desmentir.
Vivia na maior área de sisal do mundo e, sempre que se iniciava a fase de colheita, transporte, desfibra e enfardamento de sisal, acontecia sempre o mesmo.
Centenas de negros presos à corda, eram levados para o "Posto", onde depois eram encaminhados para as diversas fazendas, para o "contrato".
O meu pai, como muitos outros pais faziam o que podiam, para ao menos soltarem aqueles que eram empregados.
E, eu sei do que falo, pois fui muitas vezes ao "Posto" levar o recado do meu pai.
Bem sei, que alguma coisa foi mudando. Na escola primária não tive nenhum companheiro negro.
Em todo o tempo do liceu tive dois.
Um felizmente encontrei-o numa ida a Luanda. O outro, só muito recentemente tive conhecimento do filho e soube que o pai tinha morrido.
É, meu querido amigo, sou mesmo incorrigível.
Mas mesmo com estas diferenças de opinião, continuo a gostar muito de ti.
E continuo a achar que esta história está mal contada.
A única coisa que é verdadeira e, isso sabemos nós, tem a ver com o facto de que apesar de tudo isto, sempre nos estivemos a marimbar para a cor de cada um. Andei a brincar e a lutar e à pedrada, com malta de todos os matizes e continuo assim. Eu pessoalmente apenas detesto o azul, por razões que não têm a ver com esta história
Um abraço

GED

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