quarta-feira, agosto 11, 2021

DELÍRIO

 



No fim da terra

Existem espantos e alucinações sem nome

Uma lamina de ar atravessa o espaço

Quando a madrugada explode nos teus olhos

E depois se perde numa estrada deserta

Junto a mim, na berma da terra

A estrada de leite preenche os céus em redor

Conto e observo as estrelas que contam para mim

Enquanto uma estrela cadente me cai aos pés

No vazio, já com um pé para lá da berma

Sinto estalar os ossos de uma antiga estrela

Enquanto tu te aninhas assustada nos meus braços

Quando os cavalos do tempo passam à desfilada

Deliberadamente atravesso o vazio  para lá da berma

No horizonte há sóis jorrando enormes cascatas de luz

Grito de espanto e murmuro “dá-me a mão, anda comigo”

Que esta viagem só consigo fazê-la contigo.


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